24 de ago. de 2014

         
         Sobre A livraria, de Penelope Fitzgerald

                          

            Comprei esse livro as escuras no Sebo do Messias, confesso que me chamou atenção a capa e o título. O livro possui dez capítulos e no total de 141 páginas. Ele conta a história da senhora Florence Green, viúva que vive há dez anos na cidade fictícia de Hardbrough, e decide comprar uma antiga residência há muito abandonada e assombrada, denominada Old House, para fins de uma livraria. Temporalmente, a história começa em 1959.
 
Publicado em 1978, Penelope Fitzgerald nasceu em Lincoln, 1916, e morreu em Londres, 2000; criou romances, biografias, ensaios, resenhas, contos e postumamente foi publicado um livro de cartas (2008) e biografia (2013). Em 2008, The times publicou uma lista dos cinquenta melhores escritores britânicos desde 1945, Penelope encontra-se nesta.

        Contudo, os mais poderosos residentes da cidade procuram afastar e dificultar a vida de Florence. Há diversos elementos e comportamentos que provocam diversas relações, tais como: a livraria, o título dos livros comprados pelos habitantes da cidade como referência situação política e social vividos pelo pequena cidade que rejeita visivelmente o novo, o contestador e a reflexão.

         Há um homem, denominado de senhor Brundish, que vive sozinho e raras vezes é visto pela cidade, porém estabelece vínculo com a senhora Florence por meio de cartas e uma visita de poucas palavras; ela o considera como o mais sincero. Assim, por meio de breves palavras sobre a recomendação de Lolita, obra de Nabokov, ou não para a livraria, ele responde da seguinte forma:

"(...) Li Lolita, como pediu. É um bom livro; portanto, a senhora deve tentar vendê-lo aos habitantes de Hardbrough. Não o entenderão, mas é preferível assim. Entender torna a mente perigosa." (p.93)
  
              Ao final, inverno de 1960, Florence sai da cidade por força judicial movida pelos poderosos por razões inexistentes:

"Enquanto ela se afastava da estação, ela permaneceu sentada, com a cabeça abaixada de vergonha, porque a cidade onde tinha vivido quase dez anos não aceitara a livraria." (p.141)