30 de jul. de 2016

Livros sobre Leitura

Livros sobre Leitura



Além dos livros sobre livros, outro tema que me deixa entusiasmada, como algo infinito e profundo a ser estudado é a temática leitura. Talvez por terem sido os livros o meu encontro com o Mundo (meus pais e familiares não são leitores), o alicerce da reflexão e do eterno diálogo aberto da atemporalidade. Ou seja, é mágico! 

Durante a graduação tentei produzir reflexões por meio desse tema em comunicações orais, sempre tentando a reinvenção dos termos de sempre só para querer inserir a importância da leitura. Títulos que usei: 

  • Proposições da leitura;
  • O ato humanizador da leitura em ...;
  • A importância do texto literário...;
  • Bibliotecas pessoais...;
  • "(...) livros para diferentes leitores...;
  • etc
Parece algo bobo, mas em mim é algo surpreendente e que me dá alegria. O objetivo deste post, enfim, é uma lista com títulos que refletem, dialogam, propõe mais ... sobre a Leitura

  • Uma história da leitura - Alberto Manguel
  • O que é leitura? - Maria Helena Martins
  • Elogio da Leitura - Gabriel Perissé
  • A importância do ato de ler - Paulo Freire
  • Como e por que Ler os Clássicos Universais desde Cedo - Ana Maria Machado

29 de jul. de 2016

Um conto por dia: Catedral, por Geórgia Cavalcante




            Intitulado de Catedral, o conto nos faz relacionar a certos elementos que cercam essa palavra, tais como: religiosidade, centralidade, imponência de determinado sentimento e/ou estado de espírito e até mesmo o inverso.

             A medida que avançamos na leitura, percebemos elementos chaves que fazem o leitor "prever" seu desfecho, mas devido a boa escolha lexical as suposições tomam outro caminho. Cenário cinza e escuro, com uma personagem feminina que caminha envolta em atmosfera de mistério, há chuva, anotações na agenda, e por fim, um encontro... 

      O enredo do conto aborda um momento, que supomos importante, para a vida da personagem chamada Sofia. Entendemos no início que ela está bem (em termos de saúde), pois caminha a procura de uma igreja para um encontro que foi marcado sem lembrar com quem e porque. Após, nos deparamos com o cenário obscuro e abandonado, temos a seguinte descrição: 


"Caminhou até o altar e contemplou os utensílios abandonados: um turíbulo, uma taça amassada, restos de uma toalha bordada. Ficou ali, procurando algo que explicasse o encontro. Uma pista qualquer. De repente, um estampido alto e todo o seu copo começou a formigar. A boca encheu-se de sangue. A visão ficou turva. Buscou apoiar-se no banco mais próximo. Lascas de madeira penetraram a carne macia de suas mãos." 

          As ações seguintes são cheias de mistério e temor, quem foi? Por quê?  O que houve antes desse encontro? Por que aquele local abandonado e cheio de metáforas? 

      Uma pessoa aparece com algo nos braços, a pessoa é um homem que segura um bebê recém nascido morto nos braços. Sofia fica apavorada e confusa. Tomamos conhecimento que o homem culpa a mulher pelas suas escolhas e relata que a criança foi deixada pela mãe em uma lata suja; assim, entendemos que Sofia recentemente teve a criança. 

         A forma como é descrita as ações e falas do homem nos faz pensar que eles possuem alguma ligação; este pode ser até mesmo a representação do dever, do destino,...  por fim, não temos como afirmar que ele é o pai da criança. É alarmante o que o homem faz com as duas (detalhe: Sofia está super mal e a bebê está morta), amarrá-las no altar e sai:


"É assim que deve ser - pensou. Agora você irá se dedicar à criança. Depois que a raiva ceder, você se deixará envolver. São mãe e filha. Você ainda está tensa do parto solitário, talvez um pouco deprimida, mas eu cuidarei de vocês. Tudo se arrumará. É uma  questão de tempo."




A contista, além do seu talento, é blogueira, fotógrafa, professora, possui contos publicados na revista Pechisbeque. 



                 



28 de jul. de 2016


  Édipo Rei e a Poética de Aristóteles: suas relações na tragédia


Édipo Rei foi uma peça trágica escrita por Sófocles aproximadamente no ano de 430 a.C., famoso tragediógrafo que nasceu e morreu na cidade de Colono.

O presente texto irá estabelecer relação entre a tragédia Édipo Rei e suas características trágicas a partir da Poética de Aristóteles. Por meio dessa tese, o questionamento que propomos é: Quais são as características da tragédia em Édipo Rei apresentadas na Poética de Aristóteles?

A tragédia possui enredo bastante impactante e comovente, pois se inicia com o anúncio de um oráculo dirigido aos reis de Tebas, Laio e Jocasta; este dizia que o casal teria um filho no qual mataria o próprio pai e constituiria família com a própria mãe. Com este anuncio, por precaução, após o nascimento do filho, eles o entregam para que seja morto, devido anúncio dos deuses.

O que acontece é que a criança foi entregue a um homem advindo de outra cidade, Colono, sendo assim criado por outro casal de reis; seu nome fica denominado de Édipo devido às características presentes em seus pés. Após crescer, um dia passando por entre um caminho, mata alguns homens desconhecidos que encontra no local.

Após o corrido, Édipo torna-se rei de Tebas e esposo de Jocasta, pois Laio, seu esposo, havia sido morto em uma viagem. O casal constitui família e vive feliz; um dia após seu cunhado Creonte voltar de sua expedição com o fim de consultar o deus Apolo, inicia seu caminho para a descoberta de sua origem e quem assassinou o antigo Rei.  Assim, Édipo descobre ser filho de Laio e Jocasta, ou seja, matou o próprio pai e constituiu família com a própria mãe. Ao descobrir, a rainha mata-se enforcada e Édipo fura seus olhos com um broche da roupa de sua mãe-esposa, após pede exílio de sua cidade.

Sendo este o enredo, podemos perceber elementos característicos das tragédias gregas. Desta forma, Édipo Rei é utilizado por Aristóteles em sua Poética como exemplificação para qualidades e características presentes em uma tragédia. Os elementos apontados pelo filósofo são: peripécia; inspirar no telespectador pena, compaixão e temor; reconhecimento.

Respectivamente, sobre a peripécia Aristóteles nos diz: “Como, no Édipo, quem veio com o propósito de dar alegria a Édipo e libertá-lo do temor com relação à mãe, ao revelar quem ele era, fez o contrário.” Ou seja, é a presença de uma reviravolta que muda o rumo do enredo.

Pena, compaixão e temor, produzido pela catarse (ou seja, aproxima o telespectador pelos sentimentos que inspira), isso devido a Édipo mesmo “desfrutando grande prestígio e prosperidade’ e pelo ‘arranjo das ações”, seu infortúnio não se dá devido ao vício ou maldade.

Reconhecimento, ou seja, a mudança que “produz abalo” e a ação praticada “pode também ser praticada sem que o autor tenha consciência da monstruosidade, mas venha reconhecer o parentesco”, como ocorreu com Édipo, seu destino ligado ao infortúnio devido a um oráculo.

Sendo ainda, característica também a verossimilhança, ou seja, segundo Aristóteles, o poder “nas ações não pode haver nada de irracional, ou então, que se situe for a da tragédia, como no Édipo de Sófocles”. Essas são algumas características da tragédia citadas em Poética como exemplificação de sua natureza bem estruturada e original.




25 de jul. de 2016

Livros sobre Livros

Livros sobre Livros




Em 2009 descobri os livros sobre livros, ao adentrar no Curso de Letras, tudo a partir do termo bibliófilo. O que era isso? Olhei no meu dicionário de português e fiquei curiosa (intrigada). Com a imensa e cheia de vida biblioteca do Centro de Humanidades, pesquisei o termo e encontrei livros sobre o termo! Poxa, a partir da ai.. isso, esse tema foi me enchendo de empolgação, de muitos meses, anos de leitura a conta-gotas (pena que ele acabe) e numa caça infinita de livros sobre livros!

Aqui está uma lista prévia... 

  • Um vida entre livros - José Mindlin
  • Os livros e os dias - Alberto Manguel
  • Não contem com o fim do livro - Umberto Eco e Jean-Claude Carriere
  • Ex-libris: confissões de uma leitura comum - Anne Fadiman
  • Biblioteca à noite - Alberto Manguel
  • A questão dos livros - Robert Darnton
  • O bibliófilo aprendiz - Rubens Borba de Moraes
  • Fantasmas na biblioteca: a arte de viver entre livros - Jacques Bonnet
  • Livros em Chamas: A história da destruição sem fim das bibliotecas - Lucien X. Polastron