19 de fev. de 2015




      

O contista cearense de Crateús possui vários trabalhos e pesquisas sobre o contista Milton Dias, além de ser poeta conta com pesquisas, participações e manifestações culturais por todo o Nordeste. 


            Como elemento característica do conto, A pasta azul distribui os elementos conforme a sucessão dos acontecimentos de forma concisa. Assim, o leitor precisa estar, como a característica da pasta, sua cor, que em nenhum outro momento há menção sobre esse aspecto além do título. 

        Ao final do conto percebemos que o ar de mistério presente no início é justificado devido a presença do médico Enzo Dias e seu falecimento há trinta e nove anos do fato relatado pelo motorista Venâncyus, a sua irmã. 

  Elementos sobrenaturais presentes nas estradas BR, os círculos familiares que pronunciam a criação de um povo, conforme a extensão familiar dos moradores, e sua dificuldades estão presentes no conto de forma crítica e reflexiva. 

    Também não posso deixar de comentar a citação de Pablo Neruda escutada por Venâncyus após deixar o médico, já falecido, em seu destino: "O poeta não pode temer o povo." O que completa a fala de Enzo Dias no início do conto ao se referir a sua lida: "Conheço este local como minhas memórias. Entre elas a realidade deste povo. Desde minha infância que acompanho o cotidiano andrajoso dessa gente. Aqui falta esperança, medo, sorriso, culpa, abraços, afeto. É um lugar sem pronunciamentos."

        
*Conto extraído do livro IV Coletanêa de Contos Sesc, que caracteriza o projeto Um conto por dia (com objetivo de apreciar de maneira pessoal as linhas singelas e profundas presentes no conto).







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