28 de jul. de 2016


  Édipo Rei e a Poética de Aristóteles: suas relações na tragédia


Édipo Rei foi uma peça trágica escrita por Sófocles aproximadamente no ano de 430 a.C., famoso tragediógrafo que nasceu e morreu na cidade de Colono.

O presente texto irá estabelecer relação entre a tragédia Édipo Rei e suas características trágicas a partir da Poética de Aristóteles. Por meio dessa tese, o questionamento que propomos é: Quais são as características da tragédia em Édipo Rei apresentadas na Poética de Aristóteles?

A tragédia possui enredo bastante impactante e comovente, pois se inicia com o anúncio de um oráculo dirigido aos reis de Tebas, Laio e Jocasta; este dizia que o casal teria um filho no qual mataria o próprio pai e constituiria família com a própria mãe. Com este anuncio, por precaução, após o nascimento do filho, eles o entregam para que seja morto, devido anúncio dos deuses.

O que acontece é que a criança foi entregue a um homem advindo de outra cidade, Colono, sendo assim criado por outro casal de reis; seu nome fica denominado de Édipo devido às características presentes em seus pés. Após crescer, um dia passando por entre um caminho, mata alguns homens desconhecidos que encontra no local.

Após o corrido, Édipo torna-se rei de Tebas e esposo de Jocasta, pois Laio, seu esposo, havia sido morto em uma viagem. O casal constitui família e vive feliz; um dia após seu cunhado Creonte voltar de sua expedição com o fim de consultar o deus Apolo, inicia seu caminho para a descoberta de sua origem e quem assassinou o antigo Rei.  Assim, Édipo descobre ser filho de Laio e Jocasta, ou seja, matou o próprio pai e constituiu família com a própria mãe. Ao descobrir, a rainha mata-se enforcada e Édipo fura seus olhos com um broche da roupa de sua mãe-esposa, após pede exílio de sua cidade.

Sendo este o enredo, podemos perceber elementos característicos das tragédias gregas. Desta forma, Édipo Rei é utilizado por Aristóteles em sua Poética como exemplificação para qualidades e características presentes em uma tragédia. Os elementos apontados pelo filósofo são: peripécia; inspirar no telespectador pena, compaixão e temor; reconhecimento.

Respectivamente, sobre a peripécia Aristóteles nos diz: “Como, no Édipo, quem veio com o propósito de dar alegria a Édipo e libertá-lo do temor com relação à mãe, ao revelar quem ele era, fez o contrário.” Ou seja, é a presença de uma reviravolta que muda o rumo do enredo.

Pena, compaixão e temor, produzido pela catarse (ou seja, aproxima o telespectador pelos sentimentos que inspira), isso devido a Édipo mesmo “desfrutando grande prestígio e prosperidade’ e pelo ‘arranjo das ações”, seu infortúnio não se dá devido ao vício ou maldade.

Reconhecimento, ou seja, a mudança que “produz abalo” e a ação praticada “pode também ser praticada sem que o autor tenha consciência da monstruosidade, mas venha reconhecer o parentesco”, como ocorreu com Édipo, seu destino ligado ao infortúnio devido a um oráculo.

Sendo ainda, característica também a verossimilhança, ou seja, segundo Aristóteles, o poder “nas ações não pode haver nada de irracional, ou então, que se situe for a da tragédia, como no Édipo de Sófocles”. Essas são algumas características da tragédia citadas em Poética como exemplificação de sua natureza bem estruturada e original.




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